terça-feira, 13 de julho de 2010

In other words

Amigas e amigos, tirei uns dias de férias do transmundo, como devem ter percebido. Nada grave. Não cai doente no hospital, nem fui preso, exilado ou mesmo internado em algum campo. Simplesmente peguei a estrada e fui passar uns dias privados.
Precisava disso. De vez em quando tenho de fugir do excesso de gente, informações, comunicações, imagens, odores sons e máquinas humanos. As telas já estavam demasiadamente ensaguentadas de goleiros, as vitrines saturadas de malhações, as ciências transbordantes de competições inúteis. 
Desci rumo a Boiçucanga. Sem qualquer ilusão, porém. Sabia que boi não é mais selvagem, como o fora derradeiramente na primeira vez que passei por lá. Que, aliás, nada sobrou do bom selvagem, nenhuma praia ou selva, nenhum saara intocado, a não ser a mais torpe sapiência, o mais parasitário conhecimento. Já descobrimos tudo e tudo será arrasado de massas que atraem massas. Para ver a batida do carro, o eclipse 3D, a devoração canina da modelo, o surfe no shopping center.
Não me importei. Desci, abri um livro, fechei os portões. E deslizei suavemente na nave. Fly me too.

   

2 comentários:

  1. Girar por fora, para não girar por dentro o que se conserva do firmamento e encontrar no firmamento a conservação de um voo que nos refresque a renovação da vida.
    "Let me play among the stars
    Let me see what is spring like".
    Jorge Manuel Brasil Mesquita
    Lisboa, 14/07/2010
    etpluribusepitaphius.blogspot.com

    ResponderExcluir
  2. Importa que esteja bem (saúde ) e melhor ( por dentro)...

    ResponderExcluir