quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A pista de Dáfnis e Cloé

Vejam este trecho do filme Cléo e Daniel (1970), cujo diretor - o psicanalista reichniano Roberto Freire - transpõe para a tela sua obra homônima, publicada em 1966, e que obteve enorme sucesso, tendo sido vendida em bancas de jornal:


Pois é. O romance e o filme foram inspirados na pastoral Dáfnis e Cloé, de Longus, escritor grego pouco conhecido, que viveu por volta dos séculos II ou III d.C. e nela cantou as peripécias do amor entre dois adolescentes, conforme os ensinamentos de Eros. Sua obra mereceu outras adaptações, como uma ópera criada por Ravel, reproduzida em parte na trilha sonora de Roberto Freire.
E daí? Daí, nada. A não ser que neste breve comentário lanço a pedra fundamental da minha nova pesquisa histórica que, aliás, já venho madurando há tempos: cultura, vida universitária, costumes e política nas décadas de 1960 e 1970. É claro que o título não será esse. Todo título é provisório, assim como a própria pesquisa e, muito mais, a reflexão. Se isto é verdadeiro, Cléo e Daniel (o livro e o filme) são apenas portas de entrada para o trabalho que, com o tempo, irá deles se desprender pouco a pouco.
Por enquanto, fico com ambos. De hoje a março do ano que vem devorarei cada palavra do romance e cada cena do filme. No mês das chuvas apresentarei minhas primeiras investidas da pesquisa sobre Cléo e Daniel numa mesa redonda do ciclo Leituras da modernidade, que está sendo organizado em Assis pelo professor Gilberto Martins, do Departamento de Literatura.
Nada mais posso dizer a esta altura. Deixo somente uma pista: meus anos 60 e 70 serão muito mais que deuses e diabos, oficinas e centros populares de cultura, buarquismos e tropicalismos, passeatas e generais, aleenes, colinas e varpalmares, marias antonias e zés dirceus.
Que Eros ilumine meu caminho!

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