quarta-feira, 12 de maio de 2010

O cantante Jorge Drexler e outros latino-americanos

Meu amigo Tauã me deu uma cópia do CD do compositor uruguaio Jorge Drexler, que ouvi de ponta a ponta. Juntei também outras informações obtidas na rede e já me tornei seu fã. 
Uma das suas canções mais famosas é O outro lado do rio, da trilha sonora do filme Diários de motocicleta, sobre o Che. Mas ele é ainda autor de várias outras, todas belíssimas. Faz um sucesso danado na Espanha e em outros países da Europa, sem falar da notoriedade que alcançou no México, Chile, Peru, Argentina e regiões vizinhas.
No entanto, é ainda pouco conhecido no Brasil, embora já tenha gravado com Maria Rita a suave Soledad, e tenha se apresentado em Porto Alegre ou em mais uns poucos lugares. O fato é que quase não temos contato com compositores e intérpretes das nossas fronteiras de origem hispânica. A não ser com tipos como Rick Martin e outros abençoados pelo Império - ou quando muito, pelo euro (nos seus tempos de solidez). Afora isso, a ignorância e o preconceito em relação à arte deles correm soltas. Coisas de provincianos.
Houve época, porém, em que havia um verdadeiro culto da música engajada latino-americana. Eu mesmo ouvi muito Mercedes Sosa, usei poncho e me imaginava em plena guerrilha rural ou urbana. Os sons chilenos e uruguaios, especialmente, pareciam sinais da revolução e por isso eram traficados com o maior esforço. Boa época do tráfico!
Me lembro até de um casal de amigos que cruzou os Andes num fusca, em 1971, com um punhado de discos de vinil (óbvio) de artistas chilenos, proibidos por aqui. Antes de chegarem à fronteira brasileira, esconderam o material no motor do carro. Só que se esqueceram, após a fiscalização, de libertar os artistas daquele forno infernal. Foi em Brasília, mais de mil quilômetros à frente, que descobriram o estado de seus preciosos albuns, evidentemente imprestáveis.
Hoje, a música latino-americana remanescente daqueles anos ficou reduzida aos índios de araque que se apresentam, caracterizados de maias e incas, nas praças de São Paulo e do mundo. Bah!
Mas nem tudo é simulacro. Fora nostalgia! Jorge Drexler, por exemplo, como eu disse no começo, é uruguaio, moderno e criativo. Suas letras são excelentes. A latino-américa existe. Basta ouvir suas vozes e guitarras:

2 comentários:

  1. Já ouvi o Drexler cantando "Sea" com a Mercedes Sosa no último disco que ela lançou antes de morrer? É lindo demais!

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  2. Falto fala da participacao do Arnaldo Antunes em Disneylandia!!
    12 segundos de oscuridad, acho o melhor cd dele, sempre comigo no mp4

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