Teimoso como uma mula manca, e manco de verdade, ainda mais dos conselhos da razão, saio a dirigir com o tornozelo incompletamente recuperado. Ligo o toca CD e me surpreendo com um som que não conheço, mas me captura de imediato. Caraca, este disco não é meu, como é que veio parar aqui?
Resolvo deixar rolar esse toque de violão meio gitano, meio tango, que em duas ou três faixas vai acompanhado de uma bela voz masculina, meio blues, meio bolero. Não importa quem seja nem de onde veio. Será a trilha sonora enquanto rodo no intuito de escolher, na profusão dos assuntos que invadem meu espírito, um digno de acrescentar mais palavras vãs ao excessivo multitexto blogosférico.
Lembrei da canção de Chico Buarque e Paulinho da Viola, Sinal Fechado: Tanta coisa que eu tinha a dizer, mas eu sumi na poeira das ruas. Continuo o trecho: a começar aos amigos e amigas que visitam o blog e que mereceriam uma menção carinhosa. Por que vêm, por que vão? O que lhes dizer, como agradecê-los pelos comentários? ... Prefiro calar, o contrário pareceria pieguice ou chantagem emocional para prendê-los na minha rede.
Estaciono para um rápido café numa loja de conveniência e eis que algo me tira incovenientemente do sério: a capa da Veja com uma fotografia fakemente simpática de um conhecido indivíduo antipático, coroada pela manchete: José Serra e a era pós-lula. Cacete, taí o tema para o novo post. Vou demolir esse absurdo, cair de pau nessa falsidade... Não, não. Hoje a política não me satisfaz. Tou fora da espetaculosa vida real!
Volto, o som do carro continua. Suave, delicado, emocionado. De quem será? Não encontro a capa do CD. Ejeto o disco: é uma cópia pirata, sem identificação, a não ser um garrancho manuscrito: Salinas... Foi então que a memória funcionou. Deve ter sido esquecido aqui por meu filho, a quem emprestei o carro quando ainda não podia dirigir (se é que já posso)... Sim, é dele mesmo, estudioso de violão e de física, e se é dele deve ser bom.
Pronto, agora tenho assunto para o fim do domingão. Retorno ao ninho caseiro, corro à Net tendo em mãos aquela breve indicação manuscrita. Descubro que o tal do músico é Luis Salinas, guitarrista argentino atualmente radicado em Barcelona e considerado um dos grandes no cenário musical internacional. Tava certo meu filho ao incluí-lo no seu repertório de bom-gosto.
Mas o que me chamou a atenção foi um comentário anônimo, entre muitos igualmente elogiosos, deixado logo abaixo do vídeo disponível do músico no Yotube: Que talento tem esse gordo maldito! Tomo como minhas estas palavras. E por falta de outro assunto de maior relevância neste dia, só resta compartilhar com vocês o presente que esse gordo maldito, involuntariamente, me deixou ao cantar o bolero Cuenta conmigo. Faço coro a ele: contem também comigo!
Resolvo deixar rolar esse toque de violão meio gitano, meio tango, que em duas ou três faixas vai acompanhado de uma bela voz masculina, meio blues, meio bolero. Não importa quem seja nem de onde veio. Será a trilha sonora enquanto rodo no intuito de escolher, na profusão dos assuntos que invadem meu espírito, um digno de acrescentar mais palavras vãs ao excessivo multitexto blogosférico.
Lembrei da canção de Chico Buarque e Paulinho da Viola, Sinal Fechado: Tanta coisa que eu tinha a dizer, mas eu sumi na poeira das ruas. Continuo o trecho: a começar aos amigos e amigas que visitam o blog e que mereceriam uma menção carinhosa. Por que vêm, por que vão? O que lhes dizer, como agradecê-los pelos comentários? ... Prefiro calar, o contrário pareceria pieguice ou chantagem emocional para prendê-los na minha rede.
Estaciono para um rápido café numa loja de conveniência e eis que algo me tira incovenientemente do sério: a capa da Veja com uma fotografia fakemente simpática de um conhecido indivíduo antipático, coroada pela manchete: José Serra e a era pós-lula. Cacete, taí o tema para o novo post. Vou demolir esse absurdo, cair de pau nessa falsidade... Não, não. Hoje a política não me satisfaz. Tou fora da espetaculosa vida real!
Volto, o som do carro continua. Suave, delicado, emocionado. De quem será? Não encontro a capa do CD. Ejeto o disco: é uma cópia pirata, sem identificação, a não ser um garrancho manuscrito: Salinas... Foi então que a memória funcionou. Deve ter sido esquecido aqui por meu filho, a quem emprestei o carro quando ainda não podia dirigir (se é que já posso)... Sim, é dele mesmo, estudioso de violão e de física, e se é dele deve ser bom.
Pronto, agora tenho assunto para o fim do domingão. Retorno ao ninho caseiro, corro à Net tendo em mãos aquela breve indicação manuscrita. Descubro que o tal do músico é Luis Salinas, guitarrista argentino atualmente radicado em Barcelona e considerado um dos grandes no cenário musical internacional. Tava certo meu filho ao incluí-lo no seu repertório de bom-gosto.
Mas o que me chamou a atenção foi um comentário anônimo, entre muitos igualmente elogiosos, deixado logo abaixo do vídeo disponível do músico no Yotube: Que talento tem esse gordo maldito! Tomo como minhas estas palavras. E por falta de outro assunto de maior relevância neste dia, só resta compartilhar com vocês o presente que esse gordo maldito, involuntariamente, me deixou ao cantar o bolero Cuenta conmigo. Faço coro a ele: contem também comigo!
Mesmo manco passa-nos um equilíbrio invejável. Tua serenidade apaixonada é teu traço mais marcante. Sabes da responsabilidade que tens por aqueles que cativas e a assume como velho/novo bom amigo que és.
ResponderExcluirPorra, que escrita vertiginosa,cara! A gente quase perde o fôlego. Abraços!
ResponderExcluirJosé Apóstolo Netto