A GNT reprisou recentemente o documentário A verdade sobre a maconha, também chamada de erva do diabo. Conduzido por um psicólogo especialista em vícios, o programa discute verdades e mitos que envolvem a cannabis sativa. Além de alguns depoimentos de usuários, são também apresentadas várias pesquisas tanto sobre os seus efeitos relaxantes/estimulantes quanto sobre suas propriedades terapêuticas.
As novas investigações derrubam vários preconceitos a respeito de uma das drogas até agora menos compreendidas, embora das mais consumidas no mundo. Questões polêmicas são abordadas: provoca dependência? tem relação com a esquizofrenia? estimula a procura de outras drogas mais pesadas?
As respostas são esclarecedoras. A mencionada dependência é de caráter emocional e cultural e não químico. Os distúrbios esquizofrênicos foram observados em percentagem mínima, geralmente, entre jovens com menos de 15 anos. Não se pode afirmar, absolutamente, que incite o usuário a buscar drogas mais poderosas. E se não bastasse a demolição dos velhos mitos, as pesquisas avançam na descoberta dos seus elementos terapêuticos.
Assim se reforça a bandeira da descriminalização da maconha, iniciativa ainda tímida no Brasil, porém, fundamental para retirá-la do controle do tráfico e dos policiais sem escrúpulos. Bandeira já há muito tempo desfraldada por Gabeira e Carlos Minc, agora também agitada por Fernando Henrique Cardoso e que, infelizmente, outros setores das esquerdas, incluindo o PT, deixaram de lado.
A prática de esquerda não pode ficar refém dos preconceitos e sucumbir ao discurso do desprazer capitalista, à pulsão de morte. Isso é coisa de norte-americanos estressados, puritanos e suicidas. E por falar nisso, reproduzo aqui o que Arnaldo Jabor, num dos seus momentos lúcidos e menos direitistas, disse sobre o assunto. A césar o que é de césar.
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