Interrompo a linha de matérias que até então vinha postando nesta página para comentar um episódio de enorme gravidade: o vazamento da prova do ENEM e consequente adiamento do exame. Embora este não seja um blog jornalístico, creio que o assunto nos envolve diretamente porque afeta os rumos da política nacional para o ensino superior. Devemos, assim, estar atentos aos desdobramentos do caso.
O episódio gerou grandes aborrecimentos para os milhares de jovens inscritos e suas famílias, que além de já se sentirem inseguros em relação ao conteúdo das provas, passarão a temer desde agora a viabilidade do novo modelo.
O que está em jogo, no entanto, é a credibilidade do governo federal e de seu ministro da Educação, Fernando Hadadd. O que a mídia direitista questionará de imediato é a capacidade do MEC de organizar uma prova dessa magnitude. Tentará colar no ministro a marca de incompetente. Para concluir, afinal, que o próprio modelo não pode ser aplicado num país do tamanho do Brasil.
Não quero me precipitar endossando teorias conspiratórias. Mas fico com a pulga atrás da orelha. Há imensos interesses em jogo. Não só dos presumíveis candidatos para 2010, como de todos aqueles envolvidos com o mercado do vestibular: cursinhos, colégios e universidades privadas; empresas operadoras desse tipo de prova e seus lobbies derivados.
Escrevi matéria sobre a origem do sistema vestibular classificatório nesta mesma página (postagem mais antiga). Quem conhece a história sabe bem como a implantação de tal modelo foi decisiva para a ampliação e consolidação do empresariado ligado aos negócios da educação.
Não há ingênuos nesse jogo. Circulam notícias de que a gráfica responsável pelas provas pertence à Folha de São Paulo. Basta entrar no twitter e seguir os blogs que tratam do tema. Sempre vale a pena informar-se o melhor possível
Concordo com vc Antonio Celso, é preciso estar atento a sabotagem do novo ENEM. O que é muito estranho é a tentativa de venda do gabarito para um veículo da grande imprensa. No Brasil o atraso é cultivado como modernidade. E muitas empresas preferem manter o sitema que viabilizou os impérios das apostilas e decorebas. O ensino tecnicista tem muito a perder com instauração da ruptura.
ResponderExcluirManda a prudência que não façamos acusações infundadas, mas isso foi coisa de peixe grande, sim! A. Celso suas "previsões" já se consolidaram, Moacir sabotagem é a palavra mesmo.
ResponderExcluirMas pra que serviria a um jornal as questões do enem na semana da prova???... E, claro, tadinho do jornal, tão politicamente correto que salvou a nação de tamanha fraude...
ResponderExcluirEstão nos chamando de burros mesmo!!!...
Sabotagem! E nada mais. (Pq, d quem...???)
De olhos abertos e internet na mão! Uma sabotagem desse porte me dá até medo... (pura teoria da conspiração???...)