sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Euráfrica



Monmartre, o velho bairro boêmio é agora uma cidadela negra. Edth Piafs africanas circulam pelas ruas com suas crianças penduradas nas costas. Sao também daquele continente os garçons, os carregadores de móveis, os empregados dos hotéis e os serviçais em geral.
A maioria é proveniente das antigas colônias francesas, mas há também muitos de outras naçoes. Por toda parte há bares especializados em comida africana barata, em competiçao com os botecos turcos, indianos, paquistaneses e chineses.
Numa garagem deteriorada da rue Baudelique funciona a central de resistência dos trabalhadores ilegais. As paredes estampam cartazes de emprego, de mobilizaçoes e de orientaçoes para a permanência no país. Ali dormem os desalojados, ali eles cozinham e organizam o espaço coletivo.
O turista nao mais encontará em Monmartre o drama daquela Piaf cinematográfica, e sim uma nova miséria real, um novo um território de luta. Uma trincheira contra a política de expulsao dos imigrantes clandestinos.
A periferia tomou conta da capital em Paris, Madri, Sao Paulo e em todo mundo capitalista . O Haiti também é aqui, Caetano.

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