quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Mercadao aéreo

Ryanair é uma das principais linhas aéreas para vôos domésticos na Europa. Especializada em tarifas ditas econômicas, cobra em média 160 euros para uma ponte Madri-Paris. Convenhamos, um preço nada popular, considerando o péssimo serviço prestado. Mas tem sempre suas aeronaves lotadas, pelo menos por enquanto.
O ambiente da viagem se parece com uma feira. As pobres comissárias de bordo, antigamente glamourosas e chamadas de aeromoças, se transformaram em vendedoras ambulantes. Logo após o embarque, distribuem uma revista da companhia aérea inundada de anúncios comerciais no lugar das entrevistas e reportagens, outrora comuns nesse tipo de periódico. Há propaganda de tudo: lanches caríssimos estilo Mac, perfumes, xampus, bebida, sem falar de um imenso roteiro de eventos europeus em 2010 para o turista se programar e viajar bastante.
Volta e meia lá estao as comissárias a se esguelar no microfone sobre produtos e preços ou a empurrar seus carrinhos-mostruário de tranqueiras. O viajante incauto vez por outra ainda se engana pensando que receberá comida e bebida de graça. Que nada, os bons tempos já passaram. Aliás, algumas empresas brasileiras também já adotaram a novidade.  
Os vôos para a cidade-luz terminam em Beauvois, um aeroporto que mais parece um acampamento improvisado, distante 60 km da capital. Chega-se no meio da noite, num frio cortante, e se é despejado numa interminável fila sem teto para a compra de um bilhete de ônibus rumo ao destino. Há um só bilheteiro, além do mais, lerdo.
E lá se vai para Paris.
  

2 comentários:

  1. Antônio Celso,
    sua descrição demonstra o caminho sem volta em que um mundo dominado pelo consumo e por empresas privadas se enfiou, é o famoso "tudo pelo lucro". Enquanto isso no Brasil alguns ainda veem miragens européias de um mundo "civilizado"

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  2. Há! E eles ainda vendem bingo na viagem.
    Quer saber?
    Sou muito mais a Ryanair com todo mundo apertado do que a velha Varig com uns poucos comendo, bebendo e fumando (como Danusa Leão vive recordando na Folha).
    Viva a Ryanair!

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